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04. Augusto Cury em entrevista no Mais Você de nov-2016

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04. Augusto Cury em entrevista no Mais Você de nov-2016 Empty 04. Augusto Cury em entrevista no Mais Você de nov-2016

Mensagem por Coordenação Qui Nov 03, 2016 7:51 pm

Como os vídeos da Rede Globo estão sob direitos autorais reservados, transcrevemos abaixo a entrevista de Ana Maria Braga com Augusto Cury, devido ao interesse da entrevista e a importância que a mesma representa para aqueles que procuram se conhecer, ou se transformar em pessoas melhores, mais sadias em um mundo cada vez mais adoecido como o nosso.

Esperamos que o nosso esforço tenha valido a pena, e assim será se ele puder abrir novas reflexões nos pensamentos de uma única pessoa que seja, ou venha a nos ajudar a desejarmos crescermos emocionalmente, como pessoas, ou que venhamos a perceber a necessidade e importância de nos conhecermos e melhorarmos-nos. Assim, segue!

Ana Maria Braga iniciou o programa recitando uma frase de Augusto Cury no Pensamento do Dia: "Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e passar a ser autor da própria história".

Depois o programa passou a falar sobre os pessimistas, otimistas e otimistas realistas. Concluindo que tanto o pessimismo como o otimismo possuem aspectos positivos e negativos. Mas, o melhor é buscar a posição do otimista realista.

E quando Ana Maria inicia a sua entrevista, ela pergunta ao Cury, a respeito do tema, ao que ele responde:

"O otimista não sofre por antecipação e ele não se preocupa muito com as consequências de seu comportamento, quando é um otimista superficial; o otimista realista se preocupa com seus atos, mas ele é regado por esperança, ele vê o mundo de uma maneira mais contemplativa, no entanto, ao mesmo tempo, ele se esforça muito para transformar seus sonhos em realidade e ele sabe que todas as escolhas tem perdas.”

“Não há otimista realista que não sofra perdas ao longo do caminho, até porque quem vence sem riscos triunfa sem glórias.”

Desta parte para frente, tentarmos focar o quanto possível nas principais frases de Augusto Cury no decorrer do programa Mais Você de 01/11/2016:

As lágrimas que não choramos são mais cálidas e importantes do que aquelas que se encenam no teatro do rosto.

Uma pessoa sensível quando é ofendida por alguém, ela se machuca; mas uma pessoa hipersensível, quando alguém a ofende, estraga o seu dia. Uma pessoa sensível se preocupa com a dor dos outros, mas uma hipersensível vive a dor dos outros. As pessoas sensíveis se preocupam com o amanhã, mas as hipersensíveis vivem os problemas do amanhã.

As pessoas hipersensíveis não possuem proteção emocional. Centenas de milhões de pessoas são hipersensíveis no teatro da humanidade. Uma pessoa hipersensível é desprotegida emocionalmente, facilmente os estímulos estressantes, sejam os pensamentos perturbadores, ofensas, crises ou perdas, invadem o território da emoção e tende a provocar altos níveis de ansiedade, ou de humor depressivo e inclusive ataques de pânico e assim por diante.

A dor é uma mestra, que me levou a perguntar: Por que eu não gerencio meus pensamentos? Por que não sou o autor da minha própria história? Por que não piloto bem a minha aeronave mental? O veículo da minha mente?

Aqui há que fazermos uma intervenção. Não ficou claro o que ele quis dizer com a "aeronave mental". Maria Braga não perguntou e ficou por isto mesmo. No entanto, acreditamos que podemos entender esta aeronave como o cérebro, o qual é, de fato, o veículo da mente, portanto, podendo ser comparado, em todos os aspectos, a uma "aeronave" mesmo.

Em 25 anos, vim a escrever 3.000 páginas. De onde saiu uma das poucas teorias mundiais que estuda o funcionamento da mente, a construção de pensamentos, a formação da consciência e do eu como o protagonista da história.

A dor que para muitos se torna um problema, uma destruidora, para mim, foi a maior mestra que me levou a procurar por mim mesmo:

Quem não procura o seu próprio endereço e não o encontra, não tem um caso de amor com a sua saúde emocional.

O meu primeiro livro que escrevi e não publiquei, se chama: "A Família Moderna, um grupo de estranhos". Esse livro fala sobre o relacionamento do ser humano com seus familiares e a crise do diálogo. O grande problema é que as pessoas se silenciam diante de sua própria dor. Pais e filhos falam do mundo de fora, mas eles não têm coragem de falar de suas próprias lágrimas.


A arte de cozinhar ajuda a desacelerar os pensamentos e a desenvolver o prazer de viver. Nem todo mundo tem alimentos à mesa. A ONU detectou que 800 milhões de pessoas passam fome. Mas, o que a ONU não diz e sobre o que deveria fazer estáticas é que há bilhões de pessoas que são mendigas emocionalmente.
Morando em casas ou em condomínios, elas mendigam o prazer de viver. Elas precisam de muitos eventos para ter parcas experiências de alegria ou de encantamento.
Por isto é que nós temos recomendado: Pais não deem muitos presentes para seus filhos, porque isto vicia o córtex cerebral que passa a necessitar, cada vez mais, de mais eventos para sentir pequenas experiências de contentamento.

A melhor nutrição emocional é que os pais sejam os melhores palhaços, os melhores poetas, os melhores músicos, ainda que sejam desafinados. Por quê? Porque quando eles fazem isto, estimula um fenômeno...


- Na formação da criança. Interveio desastradamente, Maria Braga.

- Sim, na formação da criança.
- Nos primeiros 7 anos de idade, interrompe novamente Maria Braga.

- Sim.


- É onde a página está em branco e você vai escrevendo ali, diz Maria Braga.


- Exatamente. É onde eles admiram os pais. E os pais perdem a oportunidade, isto acontece no mundo todo. Em todos os lugares é a mesma coisa. Os pais perdem a oportunidade de ouro de serem os verdadeiros heróis de seus filhos. Quem dá muito presentes....


Interrompe novamente a Maria Braga, com seus comentários imbecilizados: Até os 7 anos de idade, os pais realmente é o herói ou heroína de seu filho ou filha...


- Sim, reponde Cury, ele pode ser o músico mais desafinado, mas o filho vai ama-lo.


- É verdade, diz Maria Braga!
- Por exemplo, na China, 300 mil pessoas desistem de viver por ano e 3 milhões tentam suicídio. Mas, nenhuma delas, na verdade, quer morrer. Todas elas têm fome e sede de viver. Mas, se os pais desde a mais tenra infância falam de suas perdas, de suas dores para os filhos, os ensinam a não terem medo da vida, então eles cruzam o mundo e forma resiliência (1).
[(1) Nota do transcrevente: 1. fís propriedade que alguns corpos apresentam de retornar à forma original após terem sido submetidos a uma deformação elástica. 2. fig. capacidade de se recobrar facilmente ou se adaptar à má sorte ou às mudanças.]
- Quer dizer, não pode criar um mundo de irrealidade, né?! Tanto na materialidade das coisas, quanto nos próprios exemplos que os pais dão para os filhos. É isto? Pergunta Maria Braga.
- Você tem toda razão, diz Cury. Eu quero dizer claramente: Pais, por favor, o melhor presente que você pode dar é a sua história.

Estamos preocupadíssimos com o alto índice de adoecimento psíquico da humanidade. Uma em cada 2 pessoas, em mais de 3 bilhões de seres humanos no mundo, vão desenvolver um transtorno psiquiátrico: Depressão, a síndrome do pânico....


- Como é que é?! Pergunta Maria Braga, assustadíssima. Você fala muito rápido... Como é que é?!

- Uma em cada 2 pessoas, deve desenvolver um transtorno psiquiátrico ao longo da vida.


- Ao longo da vida?... Repete Maria Braga. Uma em cada 2 pessoas? Quer dizer, 50% da humanidade vai desenvolver um transtorno qualquer?


- Sim, 50% da população mundial.


- Quer dizer, você está garantindo que se eu não tenho um transtorno psiquiátrico até hoje, ainda assim, corro risco? Tenho 50% de chance de ter um, é isto?


- Exatamente. De acordo com o Instituto de Pesquisa Cientificas da Universidade de Michigan. E na prática é isto. Depressão, Síndrome do Pânico, transtorno obsessivo compulsivo, anorexia, bulimia, ou seja, transtornos alimentares, doenças psicossomáticas, dependência de drogas... Só no Brasil há cerca de 8 milhões de pessoas que usam drogas eventualmente ou continuamente. Bom, a situação é muito grave. Talvez, nem 1% das pessoas deve se tratar...



- Quer dizer, já interrompendo Maria Braga, uma pessoa que usa drogas, ela tá tentando fugir da realidade? É isto? Pergunta Maria Braga.


- Nem sempre. Uma pessoa que usa drogas, às vezes usa por angustia, por ansiedade, pensamentos perturbadores, por influência de amigos, ou conflitos sociais. Então, nem sempre é uma fuga.


O ser humano na atualidade está com déficit de prazer muito grande. Ele precisa de muito para sentir pouco. Então, parte para a experiência das drogas, como uma viagem ilusória para tentar sentir prazer. Só que isto provoca o maior cárcere da história de um ser humano. O cárcere da emoção.


- É por isto que dinheiro não tem nada haver com felicidade, né?! Pergunta, interrompendo novamente Maria Braga. Você vai a casa simples, em alguns lugares de comunidade, onde as pessoas se falam, conversam. Você entra numa festa, numa roda de samba, é uma felicidade genuína. Você vai num churrasco, numa casa com mármore Carrara no chão, lustre de cristal da Boemia, né?! Aquela opulência e tudo mais, e as conversas que você escuta, primeiro que não tem aí fusão, porque, parece porque tem aí dinheiro e ser bem sucedido socialmente não funciona na fusão da alegria. Porque a alegria tem que ser contida, né?! E aí você escuta muito mais problemas, de todos os tipos, do que naquela outra comunidade.  (...)


[Cá pra nós, parece que a ideia de Maria Braga sobre felicidade é bem pobre.]


- Por isto, diz Augusto Cury, quando as necessidades básicas são atendidas, como alimentação, moradia digna, escolaridade, mobilidade social... Enfim, se elas são atendidas minimamente, o que vai transformar uma pessoa em ser rica emocionalmente é o quanto mais ela faz do muito pouco.


E mais pobre emocionalmente, é quando ela precisa, e inclusive, de reconhecimentos, aplausos, para elas sentirem migalhas de prazer. Por isto toda vez que eu faço gestão da emoção com celebridades, eu digo para elas, na primeira sessão, no primeiro treinamento:


O segredo da felicidade inteligente e estável se encontra nas coisas simples e anônimas, se você não encontrá-la, você vai ser um miserável morando em palácios.


Infelizmente, a humanidade está desenvolvendo a síndrome do pensamento acelerado. Pensar é bom, pensar com consciência critica é ótimo, mas pensar demais, sem gerenciamento pode esgotar o cérebro e gerar uma serie de sintomas.

- Como a pessoa sabe que está com a síndrome do pensamento acelerado? Pergunta Maria Braga. É quando ela pensa muita coisa ao mesmo tempo?


- É quando elas têm uma mente agitada, é quando são intolerantes às frustrações, pequenos problemas tem impacto muito grande, acordam cansadas, sofrem por antecipação, tem dificuldades de conviver com as pessoas lentas...


Mesmo pessoas aparentemente calmas, podem ter pensamento acelerado. Além disto, elas têm déficit de memória e esquecimento. E nós estamos preocupadíssimos com crianças, adolescentes e adultos que estão dormindo ao lado de celulares. Os celulares tem um comprimento de onda azul, que bloqueia a melatonina dificultando um sono de boa qualidade.


E há muitos jovens e crianças que estão acordando de madrugada para acessar redes sociais. Tem necessidade neurótica de ser o centro das atenções e quando enviam uma mensagem e não tem uma resposta rápida têm um ataque de raiva.
Por isto que os ciúmes, que era um velho fantasma, que nós acreditávamos que não reapareceria de maneira tão intensa no século XXI, apareceu de maneira robusta e musculosa. Ciúmes, porque os jovens e adultos, começam a namorar e controlam um ao outro a cada minuto. Então, o ciúme apareceu de maneira assustadora.
E o que são os ciúmes, na versão moderna, para a psiquiatria? Ciúmes é a saudade de mim. Eu cobro do outro a atenção que eu não dou para mim. Eu exijo reconhecimento do outro, o amor e o afeto que eu não tenho com a minha saúde emocional.

E isto está afetando não a 1 milhão, mas são centenas de milhões, bilhões de seres humanos na sociedade moderna. Por isto é muito importante que as pessoas desacelerem o seu pensamento e protejam a sua emoção. E quais são as ferramentas que nós estamos utilizando, aqui e em mais de 70 países em que sou publicado?


1)    Cobrar menos e abraçar mais.

2)    Dar risadas da PIT: Picuinhas, incoerências e tolices.

3)    Não levar a vida a ferro e fogo.


Se alguém te perturbou, relaxe. Tem pessoas que me dizem: Dr. Cury, casei com um homem muuuuito difícil. Até o senhor que é psiquiatra, perderia a paciência se conviver 5 minutos.


Aí eu falo: Minha filha, se você casou, se você escolheu um homem muito difícil, então você não deve ser tão fácil. Semelhantes se atraem. E vai ficar mais difícil se você tiver necessidade neurótica de mudá-lo. Dê risadas, elogie cada vez que ele acertar. 


- Você diz que ninguém muda ninguém, diz Maria Braga, interrompendo novamente.

- Ninguém muda ninguém. Temos o poder de piorar os outros e não de mudar. E sabe quais são os comportamentos que tomamos e que são errados?


1) Elevar o tom de voz.


2) Criticar excessivamente.


3) Passar sermões.


O marido abre a boca e a esposa sabe tudo que vem pela frente, ou vice e versa. Pais abrem a boca e os filhos já sabem tudo o que eles vão dizer.


Devemos dançar a valsa da vida com a mente desengessada. Mudar o discurso. Às vezes até falo para os pais: Cantem parabéns em datas não esperadas. Como? Fora de data? Sim, o filho vai se surpreender e você vai registrar no solo do inconsciente uma janela light ou um arquivo saudável.


[Neste ponto passaram a falar sobre a violência contra a mulher, com Maria Braga apresentando um vídeo violento de um filho de prefeito de uma cidade do interior de São Paulo que espancou a mulher com a qual tem uma filha.]

Então Cury explica: O homem que faz violência contra a mulher, problema este que é comum no mundo todo, então, na verdade, não é um homem, é o macho, não é um ser humano. Tem necessidade neurótica de controlar os outros. Necessidade neurótica de poder, então ele sofre de sociopatia e psicopatia mescladas. O psicopata é aquele que não sente a dor do outro, o sociopata é aquele que transgride as regras sociais...


- A pessoa não nasce assim, né?! Pergunta Maria Braga, interrompendo pela enésima vez.
- Não, não nasce assim. Isso é aprendido. A genética tem apenas uma influência. Modelos de comportamento são incorporados ao longo da vida. E as pessoas acabam tendo reações violentas diante da contrariedade. O que nós temos recomendado para homens e mulheres?
Nós temos que aprender a dar liberdade para quem nós amamos. Se você quer me abonar, você tem toda a liberdade, vou ser mais feliz assim, siga o seu caminho. Isso é ser um verdadeiro homem ou uma verdadeira mulher.

[Obviamente a ciência não reconhece a preexistência da vida, a única coisa que explicaria muito das tragédias humanas. Por exemplo, dois filhos criados por pais violentos, não significará necessidade absoluta de que os dois venham a ser psicopatas. E existem muitos casos assim. Portanto, a genética e a educação são insuficientes para explicar todos os casos. É correto que influenciam sem dúvida, mas, por si sós, também não explica tudo.]


Agora, tem um tipo de violência que não estão nas estatísticas mundiais e nem ganham as telas da TV, que é o stalker.  Stalker são aqueles homens que perseguem as mulheres nas redes sociais, por telefone, faz chantagem, ele é um carrasco.

- Existe sim. Existem bastantes, intervém, novamente, Maria Braga de modo infeliz, como sempre e como todos os apresentadores que não podem deixar os seus entrevistados crescerem diante da própria miopia mediática-neurótica!


- Nos EUA existem 500 mil stalkers. Eles são perseguidores implacáveis, porque não dão liberdade das pessoas partirem. Quem ama, dá liberdade. Porque, não há amor na terra do controle.


- Pois é, e eu acho que tem outro comportamento infantil, já que o Sr. citou a infância, quando a criança tem, porque o natural dela é reclamar quando não gosta, mas tem crianças que reclamam muito, tem um comportamento agressivo com relação as coisas que lhe pertencem. Os pais tem que tomar cuidado em relação a isto?


- Isto é seriíssimo. Estamos assistindo no mundo todo, dezenas de milhões de crianças que estão envelhecendo precocemente no território da emoção. Quais são os sintomas de envelhecimento precoce:


1) Necessidade de muito para sentir pouco.


2) Reclamar demais.

3) Baixíssima autoestima.


4) Querer tudo rápido e pronto.


São crianças de 10 anos de idade que tem idade emocional de uma pessoa de 80 a 90 anos de idade. Porque, elas não aprenderam a ter uma noção contemplativa e estável. Por isto nós desenvolvemos o programa da escola da inteligência. E com isto, nós temos mais de 200 mil crianças no Brasil, aprendendo a contemplar o belo, a se colocar no lugar do outro, a fazer muito com as pequenas coisas...


É necessário aprendermos a educação da emoção e é imprescindível ensinarmos isto às nossas crianças.
As escolas de modo geral, no mundo todo, estão doentes formando pessoas doentes para uma sociedade doente. Porque elas são excessivamente racionalistas e cartesianas, preocupam-se com as provas, mas não estimulam os alunos a serem autores de sua própria história. A ter autoestima, a desenvolver a autonomia.


No programa escola da inteligência, quando o programa é aplicado, baixa o nível de violência, melhora a concentração, melhora o rendimento intelectual, os professores são treinados a valorizar os que estão no fundo da classe e a aplaudir não apenas os dados corretos, quando o aluno aprova, mas também quando ele desenvolve um raciocínio, mesmo estando incorreta a questão, o professor (a) elogia a complexidade do pensamento do aluno.

E sabe o que acontece? Esse aluno se torna protagonista de sua própria história. Existem milhares de gênios que foram alijados como deficientes mentais porque os professores não educam as emoções de seus alunos.


[A partir deste ponto, passaram a falar do novo livro de Augusto Cury: O Homem Mais Inteligente da História.]


O Homem mais inteligente da história foi Jesus Cristo. Como a minha teoria estuda a construção do pensamento e a formação de pensadores, estudei como Einsten libertou seu imaginário, como Freud... e fui até Jesus Cristo.


Esperava encontrar alguém de somenos valor. Estudei a vida de Jesus, sua história, as reações subliminares... Levei 15 anos escrevendo o livro, mas faz 20 anos que eu tenho estudado, como pesquisador da psicologia, sociologia e psicopedagogia. Eu fiquei perplexo, porque percebi que Jesus não cabe no imaginário humano.


Eu me curvei humildemente à inteligência de Jesus. Mas, agora, veja bem. Pedro era hiperativo, tenso e ansioso; João era bipolar, em um momento era tranquilo e generoso e no outro, antes de se tornar o apóstolo do amor, queria destruir todos aqueles que não andavam com Jesus. Tomé era paranoico e inseguro, Mateus era corrupto...


- E Judas? Pergunta, interrompendo, Maria Braga.


- Judas Iscariotes era dissimulador. Para você ver...


Quem é que conseguiria escolher um time desses para executar o maior projeto de sua vida? Mas, por incrível que pareça e para espanto das ciências, Jesus transformava pedras brutas em obras primas. Eu fui às lágrimas ao perceber o que esses jovens eram antes e no que eles se tornaram depois. Foram apóstolos da sabedoria, da generosidade, da sensibilidade...


- Graças ao amor de Jesus, diz Maria Braga.


- Sim. Graças ao carinho, ao afeto, ao amor de Jesus. Ele não teve medo de chorar diante deles. Um grande mestre é capaz de falar dos dias mais tristes da sua vida para os seus alunos aprender a escrever os capítulos mais importantes de sua história, dos momentos mais dramáticos.


- Quem foi o homem Jesus que você descobriu em seus estudos? Pergunta Maria Braga.


- Bom, de fato Ele foi “O Homem Mais Inteligente da História”. Ele geria sua emoção com maestria, Ele conseguia fazer poesia no caos, Ele transformava prostitutas em rainhas. Ele era tão generoso que era capaz de transformar quem estava à margem da sociedade num príncipe ou numa princesa. E eu me perguntava: Que homem era este que dava tudo o que tinha para aqueles que pouco tinha?


Ele não tinha medo de ser traído, não tinha medo de perder um amigo. Portanto, quando eu estudei a mente Dele, eu me curvei humildemente à sua inteligência, conforme disse. E percebi que Ele não cabe no imaginário humano.


Ele tende a ter sido real. Mas, eu não defendo uma religião. Passei acreditar em Deus, me tornei um Cristão sem fronteiras. Tenho amigos em todas as religiões. Enfim, passei a ter um caso de amor com a humanidade.


E ele fecha a entrevista dizendo: Sinceramente como lhe disse, obrigado pelo elogio, mas eu me sinto apenas como um servo social. A vida é bela e breve como uma gota de orvalho, se nós não dermos o melhor que nós temos para fazermos os outros felizes, todo sucesso é efêmero e não tem sentido. Sinto-me apenas um pequeno artesão das palavras.
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